Ao invés de dar mais atenção ao que aconteceu de negativo em 2015, enumerar tragédias, falar sobre corrupção e traçar um panorama sombrio para 2016 (isso inevitavelmente estará na mídia), PanHoramarte sugere uma tarefa de casa para os seus leitores neste fim de ano: listar iniciativas, individuais ou coletivas que ajudaram a melhorar o mundo.
Comece a listar nomes e ações pelo teu círculo de amigos e vai descobrir que tem muita gente fazendo o bem no anonimato sem a intenção de aparecer na mídia, de tornar-se uma celebridade ou de ganhar dinheiro.
Tem muita gente que faz o bem pelo puro e simples objetivo de aliviar as dores de outros seres humanos menos favorecidos.
A ideia desse artigo era fazer um balanço de 2015, no campo das artes, da literatura, analisar os fatos e suas consequências. Mas que nada!
Mais vale contar histórias que deram certo e que ajudam a construir um mundo melhor. Gratifica e enche o coração de esperança de que tudo, tudo, pode dar certo em 2016.
Buscando na memória histórias e nomes, me surpreendi ao me dar conta que somente no meu restrito círculo de amizade já tinha alguns exemplos emocionantes.
Lembrei de André Figueiredo, Lucia Helena Fernandes Stall, Suzel Hamamoto, Wanda Moreira Martins….
André ajudou um brasileiro a ter uma casa pela ong Teto
André, o jovem português que me fez conhecer um trabalho voluntário muito bem coordenado. Maravilhoso!
A ong Teto que constrói casas para quem não tem onde morar. André não teve dúvidas em passar um fim de semana levantando paredes numa favela do Rio de Janeiro e em desembolsar uma razoável quantia em dinheiro para ajudar na compra de materiais de construção.
A grande família de Lucia
A amiga Lucia conseguiu transformar cinco meninos de rua em homens de bem, pela determinação e persistência de uma ação de apoio emocional e financeiro iniciada há 17 anos – O contrato. Na foto, as famílias e filhos dos foram um dia meninos de rua.
“Um trabalho de transformação social precisa atingir até a segunda geração”, diz ela. Sem dúvida. Lucia tem razão e 2015 para ela foi com muitos desafios em relação aos meninos. Alex Marcelino que lhe dá o beijo de agradecimento na foto, tem um carinho especial pelo que sua madrinha fez por ele este ano.
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Natal Solidário de Christian Hamamoto, criado por Suzel (a mãe)
Suzel, a mãe, continuou a ação de filho Christian ( in memorian), distribuir presentes para crianças carentes que vivem na periferia de Curitiba, há três anos.
Seus olhos brilham quando conta os resultados da campanha e a acolhida das crianças e suas famílias.
História de amor entre Wanda e as crianças do Lar Bom Jesus começou nas férias
Wanda foi passar as férias em Natal há cerca de quatro anos e por acaso comentou para um guia turístico que gostaria muito de fazer algo, de ajudar alguém. Ele respondeu: se você quer ajudar uma causa, eu tenho uma pessoa que vai gostar de conhecer.
E assim começou a história de Wanda e das crianças do Lar Bom Jesus, em Natal. Todos os anos essa paulista vai até o nordeste e proporciona um festa de Natal digna para os filhos adotivos de Cleide, que por sua vez é a heroína da história.Cleide juntou as crianças abandonadas na rua e montou um lar para elas, na Região Metropolitana de Natal.
A festa desse ano foi sensacional, para Wanda. “Acho que a mais emocionante de todas”, diz ela . “Vocês não imaginam como eles estavam felizes. Paramos pra almoçar no NafNaf na praia de Jacumã, dai eles viram o painel de fotos dos famosos que já estiveram lá e ficavam falando entre eles :”estamos aqui no mesmo lugar que esses caras (os famosos) estiveram … Nem acredito , nem acredito “. E teve um momento que foi o mais emocionante de todos, estávamos nas dunas móveis e os bugueiros fizeram uma parada pra fotos, eles começaram a subir numa das dunas, a mais alta, de forma espontânea começaram a dar as mãos uns para os outros e gritar que estavam felizes, muito felizes. Subi também e fiz parte desse lindo momento”.
Somente no relato de quatro exemplos quase uma página escrevi e vejam, tentando resumir ao máximo para não me tornar piegas e repetitiva. Garanto que faltaria espaço para apresentar outras histórias dos amigos de meus amigos ou a tua história de amor ao próximo.
É a forma que encontrei de compensar o anonimato desses heróis e heroínas que não estão preocupados em divulgar seus feitos e sim realizá-los.
Ao escrever sobre eles, me sinto mais leve e cumpro o meu papel de comunicadora e, talvez, o fato de divulgar ações singelas, possa inspirar mais pessoas a realizar algo de bom. Pequenas atitudes, muitas vezes, são gigantes para o outro.
Como a escola João Paulo II de Piraquara, Região Metropolitana de Curitiba, que está precisando de ajuda para continuar a funcionar depois da morte de seu fundador Belmiro Valverde Jobim Castor.
Ou um tratamento de saúde digno a uma criança necessitada, pagando médico e remédios. Estou fazendo isso ao neto da pessoa que cuida de minha mãe. Um triste e lamentável episódio decorrente do péssimo funcionamento da saúde pública no Brasil. Ou simplesmente comprar material escolar para quem não pode comprar.
Acho que a caridade (caritatem, latim) amor ao próximo, deve ser desenvolvida pelo sentido correto, amar e oferecer algo e não aquilo que não te serve mais. Isso não é caridade!
Vamos olhar para o outro, sobretudo para as crianças que representam o futuro da humanidade.
Então, fazer o bem, que mal tem?
Que venha 2016 com mais amor e solidariedade!