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Uma bienal rica em conteúdo social. Arte de Veneza faz pensar sobre os futuros do mundo

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Earth’s Creation, Austrália. Emily Kame Kingwarreye, 1994

 

Quem visitar a 56a.Mostra Internacional de Artes, da Bienal de Veneza, tem duas opções considerando o fato dela ser rica em conteúdo social. A primeira ideia seria interpretar à fundo os conceitos do curador nigeriano, Okwui Ewnsor, que nos convida a pensar em “Todos os futuros do Mundo” e se perder na dialética de seus filtros, desordem social, vitalidade para uma épica duração, com tempo para participar da leitura de O Capital, Karl Marx, que é feito continuamento no Pavilhão Central. Isso requer atenção e reflexão.

A outra sugestão seria, para o visitante que viaja com um tempo limitado,  que gosta de arte, é “flanar” sobre a bienal, usando o termo criado pelo crítico francês e poeta, Charles Baudelaire, no poema em que fala sobre as cidades. O PanHoramarte optou pela segunda opção,  o flanar  e passar os olhos sobre as mais atuais expressões artísticas voltadas ao tema “Todos os futuros do mundo”.

Dentro desse contexto e dada a profundidade do tema, as obras apresentaram o caos, a pobreza, a guerra, a destruição da natureza. Algumas menos outras mais. Cada país trazendo a sua bagagem. Assim interpretamos a instalação e a concepção inicial no Pavilhão Central, que contou com a orientação e montagem do escultor e cineasta russo, Sergei Eisenstein.

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Numa sala ao lado O Capital, de Karl Marx,  é lido em horários pré-determinados.

 

 

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Vídeo, O fim carregando todos, Quenia

Para mergulhar nesses conteúdos com seriedade é necessário muitos dias. Não só uma passagem.  Talvez seja esta a proposta do curador, competente e tão criticado nesta bienal, o primeiro africano a estar à frente de uma mostra de arte desse porte. Provocar, machucar e retirar debaixo do tapete as mazelas sociais. Os artistas fizeram a sua parte e enriqueceram os conteúdo, com as experiências e leituras sobre os fatos da vida.

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Neste mesmo pavilhão central não encontramos nenhuma mensagem nova ou diferente das outras bienais anteriores. Muitas técnicas triviais como desenho, em grafite, da argentina Rirkrit Tiravanija, que já vive em Nova York, e retrata os movimentos sociais. Desta vez as armas se transformaram em obras de arte.

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Assim como a música e os instrumentos musicais, a cor e os vídeos instalações. Numa leitura “à grosso modo” no Giardino, onde estão localizados os diversos pavilhões representando países, é possível perceber  o papel político e institucionalização dos trabalhos. Todos têm nas filagranas dos conceitos a institucionalização política, por mais que o artista deseje transgredir.

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À parte o Japão, que trouxe uma estética suave e fácil, que vai merecer um artigo especial do PanHoramarte, o pavilhão egípcio foi singelo, mas com um apelo que atinge a emoção de quem o visita e conhece a história daquele povo. Eles pedem Paz, numa instalação feita em madeira, grama artificial e diversos computadores conectados, mostrando a natureza, flores, em movimento.

Talvez seja essa a conclusão mais significativa de todos os trabalhos da bienal veneziana. Paz em todos os futuros do mundo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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