Junho acabando e o Brasil este ano brincou apenas pela intenção. As pessoas dançaram em casa e relembraram as que participaram antes da pandemia, animadas pelo ambiente da web, e prestigiando seus sanfoneiros favoritos. Entre as mais animadas das festas da cultura popular e rica em folguedos, é a Festa de São João, dia 24 de junho.
No nordeste os festejos são mais presentes na vida das pessoas, nas decorações das casas, dos bairros e das lojas.
O santo que faz o povo dançar, pular fogueira, está presente em todos os lugares, com sua imagem e tradições, na comida e na roupa. A doutoranda em Ciências Climáticas, que vive em Natal, mas é de Maceió, Micejane Costa, recorda da animação de sua cidade com saudades. Ela “puxa-sardinha” para sua gente e diz que lá, em Maceió, é festa em toda parte.
Outros arriscam a dizer que a melhor Festa de São João do Brasil é de Campina Grande, na Paraíba. Elba Ramalho, a musa da música regional brasileira, comanda quase sempre a brincadeira e este ano esteve lá na véspera.
No sul, as homenagens a São João são mais tímidas, aparecem em comércios e escolas e salvo algumas exceções, grupos de amigos e famílias que se reúnem para comer muita pipoca, quentão e pinhão.
Mesmo assim, vale destacar essa tradição como uma genuína representação da arte popular e do espírito alegre e singelo do povo brasileiro. Da sua origem pouco se sabe. Algumas pesquisas relatam que as Festas Juninas vieram com os portugueses, jesuítas, entre outras. As primeiras referências sobre Festa de São João segundo o informação publicada no site da Uol, datam de 1603.
Se animação é maior no sul ou nordeste não vem ao caso. O que realmente importa é a força desta tradição arraigada na memória do povo e de suas origens.
A música “Capelinha de Melão”não é literalmente um São João dentro de uma capela feita de melão. A cisma da autora do blog Colhendo História traz um pouco de luz sobre assunto. É uma auto do Rio Grande do Norte, com cânticos pastoris e danças, realizado na noite de São João. Confirma o blog de Arte em Cultura em São Miguel do Gostoso.
Olhar Crítico
A festas tradicionais brasileiras são de interesse do comércio e da mídia. Quase todas, como o carnaval, se transformam em espetáculo com muito consumo, bebidas e vendas. Embora seja esta realidade em eventos grandes como o de Campina Grande, na Paraíba, o consumismo exagerado não invalida o objetivo principal. A crença de um povo que gosta de brincar, dançar e cantar.