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Histórias de Flávio: Vida!

Nos conhecemos lá em 2001, nos primeiros dias daquele ano, mas sinceramente não me lembro o dia bem certinho, talvez dia 5 ou dia 13. Para falar a verdade verdadeira, não tenho nem certeza de que foi naquele ano, às vezes acho que foi no ano anterior, em 2000... faz tanto tempo! Mas uma coisa é certa: foi em janeiro, é... acho que sim.

E foi assim…
Ai ai ai, acho que tô meio com preguiça de contar desde o início, já vou pular um mês para não encompridar a história.
Então… Não demorou muito pra coisa ficar séria, um mês depois era um grude só!
Pera aí! Nossa, genteeee!
Me deu um estalo aqui, siiim! Nos conhecemos dia 5, e dia 13 já estávamos só fogo e paixão! Hummm… ótimos tempos aqueles. Juventude! Colágeno e mais colágeno. Ai que saudade! Deixa pra lá, pelo menos temos histórias pra contar.

Ontem estava conversando com uma cliente sobre presentes inesquecíveis. Vocês já ganharam algum?

Eu sim!
Nunca esquecido, esse presente ganhei do ser amado um mês e meio depois de nos conhecermos.

No meu niver de 21 aninhos, neste mesmo dia há exatamente 22 anos. Dia 24 de fevereiro de 2001. Vivaaaaa! Tô ficando mole prá cozinhá.

Demorei um bom tempo pra entender por que cargas d’água eu ganhara um presente desses em plenos 21 anos. No começo, fiquei sem entender direito, mas eu gostei! Calma que já conto que presente exótico foi esse.
Só para desenhar nossas diferenças de vida: eu passo o tempo inteiro pesquisando tudo sobre minimalismo e vivo cheio de tralha, um sufoco! E o Cassiano joga tudo que tem em uma gaveta sem olhar o que tem dentro, sem nem saber quem é Marie Kondo. Acho o cúmulo isso, uma afronta à sociedade alternativa.

Minha conexão com animais na infância era do lado de fora de casa, sempre tivemos todos os animais possíveis: porco (Chico), galo (Teio), galinhas (Jurema, Galizelda), porquinho da Índia, aranhas (Mafalda e Madalena, que tiveram um final triste, mainga!), peru, cachorro (Antéro), até macaco (Chimbica) e mais um monte!

Mas viviam todos fora de casa, nenhum deles jamais ousaria entrar na casa da Dona Mariene. Já na casa do Cassiano, os cachorros reinavam: a Salomé, o Raian, o Astolfo, o Stalin e a Biscate, todos sempre muito bem-vindos a compartilhar todos os comandos da casa da Vôva e da Dona Norma.
Pois então… as histórias se misturam e sempre com toda essa energia animalesca em nossa jornada. 

Meu primeiro presente tinha de ser um cachorro de pelúcia, e tão fofo! Vou ver se acho foto.

Vida, esse foi o nome de batismo do presente de pelúcia que ganhei. E nesse primeiro momento era minha, só minha… mas logo veio o primeiro de uma leva de sobrinhos.
Então…
Não quis ter a minha Vida só para mim, ela chegou pra ser livre, e assim a danadinha ganhou o mundo.
Ela mudou de nome e de gênero várias vezes e perambulou pelas histórias e pelos braços de Eduardo, Otto, Helena, Valentina e acho que até de Sofia.

Mas a Vida nunca foi esquecida por mim!

 

E, nesse tempo todo, nem nos melhores sonhos dessa vida, pude imaginar que um dia aquele presente cheio de significados pudesse ser um dos brinquedos da minha filha.
Em 2016, minha filha Bella ganhou a Vida. E ela é uma das crianças da minha família que tem o Vida (ela o vê como cão), nosso cachorrinho de pelúcia, nas melhores lembranças da infância.

Até que um dia veio a Dondoca… e arrancou o nariz da coitada da Vida!

Dá até para se emocionar!
É, esta Vida dá voltas e mais voltas!
Só por Deus!

Um brinde a Vida!

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Mas que coisa!

Estava aqui pensando numas coisas, sabe... Vocês não acham que já está mais do que na hora de descoisar essa coisarada toda?

Só coseiem uma coisinha comigo.
Todo mundo foi lá e coisou direitinho, né não? Então, filho de Deus, depois que a coisa tá coisada, não dá pra descoisar.
Ai, sei lá, muita coisa já aconteceu, tem horrores de coisas acontecendo e pior, tô vendo que ainda vem coisa bem grande por aí, viu?!
Até o coiso já descoisou coisando tudo, e ainda tem gente querendo essa coisa toda!

Já dizia Joelma: “Tem coisas na vida que a gente não perde, a gente se livra”.

Quero nem ver quando tiver tudo coisado, aí sim que a gente não descoisa a coisa nunca mais.
De uma coisa temos certeza, já vimos essas coisas acontecerem antes, e sobre isso não temos coisa boa pra contar.
Eu sei minha gente, tem umas coisas que só por Deus né?

Éééh, minha mãe dizia: “Juuu, você vai ver e ouvir coisas nessa vida que nem vai acreditar!”. Pior essas coisas que povo tem feito, mesmo a gente vendo, fica difícil crer!

Ai, desculpa estar coisando tudo isso com vocês, é que tô ficando com medo de algumas coisas.

Que coisa, não?!

Mafalda sempre atual.  Menininha politizada que encanta gerações e gerações…

Tiras fotografadas na mostra O mundo de Mafalda, em 2015 – São Paulo.

Pior essas coisas que povo tem feito, mesmo a gente vendo, fica difícil crer!

*Licença Poética -Licença poética é uma incorreção de linguagem permitida na arte. Em sentido mais amplo, são opiniões, afirmações, teorias e situações que não seriam aceitáveis fora do campo da literatura. 

Que coisa né! É preciso acabar com essa coisarada…

Ilustração by Flávio Cunha

Histórias de Flávio: Dividindo a ceia

Foi na véspera do niver de Jesus, não me lembro certinho de qual ano, mas eu já morava em Curitiba, fui passar o Natal com minha família lá em Iguape, como de costume.

Naquele ano, nossa ceia em homenagem ao “Cara lá de cima”(como diz #xuxa) foi na casa da minha irmã Katia.

Gratidão, Senhor!

O menu foi todo elaborado com muito amor pela nossa anfitriã, e vocês já sabem: a família Cunha é grande, né minha genteeee!(🍗 spoiler)

Por conta disso, a Dona Mariene preparou um prato superespecial para levar. Como todas as mães, a minha também faz a melhor comida do mundo.

Aqui em casa, é o Cassiano que cozinha com esse “amor de mãe” e, lógico, é ele quem recebe os tão esperados elogios culinários – a Bella ama sua comida, e a mim resta o elogio da pipoca doce, hehehehe.

M a r a v i l h o s a Mariene Cunha E minha amada irmã Katia Cunha

Pois então, chega de lero, lero!
Quêêêê bacalhau que nada!

Fraangos, minha genteeee! Isso mesmo, eram dois e dos grandes!

Temperou os benditos frangos, e, depois que marinaram por um bom tempo, eles foram assados, para a alegria da renca¹ de filho.
Hummmmmm!

Pense no aroma do tempero glorioso da Dona Mariene: sen-sa-ci-o-nal!

Só sei dizer que, chegada a hora de comemorar o dia do Senhor, pensei: Como levar nossa abençoada parte da ceia?

A i  m e u  D e u s!!! Pensem comigo:
1. Iriamos a pé, eu e minha rainha, trilhar uns 2 km, mais ou menos, até a casa de Kátia.
2. Ninguém nesse mundo inteiro, eeeem hipótese alguma, podia perceber que estaríamos levando dois frangos assados – eu estava no auge dos meus 20 anos (eta saudade!) e, nessa época, preferia a discrição. Hummm, moleza que eu era².
3. Sempre tem alguma coisinha a mais para levar.
Tá! Peguei tudo, os dois frangos lindos e recheados, alguns legumes e mais sei lá o que… E distribuí em uma bacia, embrulhei bem bonitinho com papel alumínio e coloquei tudo em uma mala mesmo (ai credo, sem julgamentos, limpei muito bem antes kkkk), pensando: Assim consigo despistar os olhos curiosos da vizinhança, que goooosta ! kkkkkkkk… E fomos!

Más não contamos com dois detalhes megaimportantes:

  •  O aroma divino dos dois frangos assados, com o tempero único da melhor mãe do mundo.
  •  Os cachorros do Rocio inteeeeirinho, vindos de tudo quanto é canto, ao nosso encontro.
    Meu senhor do Bom Jesus do céu!

— Ai Juuuu, pelo amor de Deus!, dizia minha mãe. Aicejinha³ por caridade, valente pavor que sente mainga! (Ju é como minha família me chama)

— É só não correr, mãe!

Faloooou, o coragem! Tava que, não passava agulha, o coração chegou até ficar parado.
Meu Deus amado! Parece que estou agora ouvindo os latidos famintos da matilha.

Siiiiiiimmm! Fomos escoltados, eu e minha amada Mãe, por todos os cachorros fofos, livres e esfomeados do bairro do Rocio, que, obviamente, foram muito bem recompensados pela ilustre escolta.

Sei que não devia, mas tenho medo de cachorros …
Será que devo levar essa picopeva³ para a análise?
Mãe, receba todo o meu amor, você é minha maior inspiração!

Beijo natalinos na bochecha de todo mundo!

¹ muita gente
² o mesmo que:  eu era fogo na roupa
³ coitadinha
³ fato

Um dos canais em Veneza. Reflexos de um galho de árvore. Se você pensou outra coisa erro. Foto  by Mari Weigert

Histórias de Flávio: Era uma vez um número dois….

Em uma repartição pública, que fica num lugar muito distante, trabalham, a chefe mais amada desse Brasil, e ainda, seis subordinados.

O local onde acontece nossa história de hoje, tem duas salas, uma com aproximadamente 30 m² e outra com cerca de 8 m², além de um banheiro que fica localizado na sala maior.
É óbvio que a chefia escolheu a sala maior para se estabelecer, já que ela é uma pessoa que precisa de espaço…  E, como veio ao mundo somente para praticar o bem, achou de bom tom,  fazer uns móveis bem planejados para enfiar os seis funcionários em 8 m²! 

Vão vendo!

Além disso, a *danhista decretou que o banheiro da “Sala Master” só pode ser usado por… Eu lhes pergunto, por quem?

Sim, apenas por ela e que só pode ser usado por outro cristão se este for o Papa, vai quê ele faz uma visita ao “lugar sagrado”, a dita “Sala Master”. Do contrário, é extremamente proibido o uso por outro ser humano respirante.

Mas, como boa profissional que é, a excelentíssima demora a aparecer por lá!
Eis que, sabendo disso, um dia, uma amiga minha, que faz parte desse grupo de seis em 8 m2 e que dá a alma pelo trabalho, sentiu uma vontade absurda que fazer xixi. Como estava sozinha no local, pensou: Será?
Não demorou muito para decidir, afinal, era somente um xixizinho.

Entrou no local proibido para nossa espécie e percebeu que, a coisa seria mais demorada.
— Ai cara, não me faça uma arte dessa, pare com essa brincadeira sem graça. Que ridículo! Falando em pensamento com o lá de baixo.

Já não havia como segurar, pois tinha comido melancia na hora do almoço, o que não lhe havia caído muito bem.
Mesmo assim, imaginou que seria um número 2 susse. Mas, para sua surpresa, depois de tirar água do joelho, veio à tona o que ela não queria.

Puuuummmm!

Simmm! Ela fez um cocôzão! Ecaaa! ahhhh vá, atire a primeira pedra quem nunca cagou…

Ao final de sua obra prima foi se limpar e percebeu que não havia cestinho de lixo no luxuoso banheiro. Refletiu um bom tempo sobre como se livrar da última prova de sua presença ali. Então, decidiu jogar o papel na patente, com o restolho que havia ali dentro. E puxou a descarga para acabar com qualquer vestígio.
A-i   m-e-u   D-e-u-s! Quando ela deu a descarga…

Brrrrrruuuuuuffffuuuunnnnnn!

A água começou a subir. E, quando a água começa com essa brincadeira, vocês sabem no que vai dar, né?
Um mar de merda se formou no banheiro da toda poderosa! 
Pela hóstia! Óh Jesus!
Sim, às vezes acontecem coisas na nossa vida que a gente fica desacreditado de que Deus existe.

E não havia mais o que fazer!
Precisou acionar o serviço de desentupimento, e estava feita a cagada.
Ao final deu tudo certo, foi tudo limpo e arrumado.
Mas, claro, a patroa ficou sabendo e foi aquela lambança. No dia seguinte, os seis dos 8 m2 receberam uma mensagem informando que o banheiro dos funcionários era lá no 1º andar, e a sala fica no 4º andar em um prédio sem elevador.
Pode uma coisa dessas?! É… cada uma que só por Deus, viu?!
Deixo uma reflexão de autoajuda pra vocês, seus cagões, com todo respeito, é claro:

“Quando você fizer uma cagada na vida, diga a verdade, pois, por pior que pareça, é sempre a melhor opção!”

 

 

*Nota da redação: imagens são interpretadas de acordo com o olhar do observador.  A foto manchete se pensou algo errou. Veja como a poética é de cada um

Muito além do olhar: Dar asas a imaginação