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Divindades de lixo feitas na África mostram um continente em agonia

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As divindades agonizantes criadas pelo artista e fotógrafo, Fabrice Monteiro, nascido em Benin (África), de mãe belga, denunciam a grave poluição do continente africano por intermédio da poética artística. A África, assim como a Ásia, são depósitos clandestinos da grande quantidade de lixo produzido no mundo globalizado.

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Alegorias

Alegorias da Grande Mãe em Farrapos, Vênus dos Farrapos dos Pobres, são algumas das fotos contundentes  que em outubro foram expostas no Museu de Arte Moderna de Louisiana, EUA.  Monteiro para criar o ensaio fotográfico se uniu a designer de roupas  Dously e a ONG Ecofund. O projeto foi chamado de The Prophecy, e a série foi fotografada em dez localidades no Senegal.

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Deusas do futuro

A probabilidade de serem as deusas do futuro é muito grande. São cobertas  com trajes parcialmente feitos de lixo e detritos que interagem com uma paisagem poluída. As roupas foram construídas com os próprios materiais encontrados no local, o que dá uma ideia da sujeira em que se encontravam os espaços antes das fotografias serem realizadas. Para compor sua obra, Monteiro juntou os pedaços de um mundo em agonia.

Fabrice Monteiro não é o único artista africano a denunciar a poluição na África. Antes dele, outro artista africano,Pascal Marthine Tayou, nascido na República de Camarões, que hoje vive na Bélgica, elevou o plástico à nobreza de uma instalação. Participou de diversas bienais no mundo e no Brasil, na 25a. Bienal aguçou a curiosidade com a obra feita com casinhas de cachorro, referindo-se aos desabrigados da marginal Tietê.

Olhar Crítico

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As fotos de Fabrice Monteiro colocam em pauta um assunto grave e com poucas soluções práticas. Há décadas, a destinação clandestina do lixo tóxico feita pelos países do primeiro mundo está sendo denunciado, assim como as consequências na saúde das populações que vivem lá. A internet está para provar, considerando a infinidade de matérias tratando do problema. Nada mudou em comparação com o passado colonialista, em que países como a França, Itália, entre outros, dominavam os povos.

Com poética a arte apresenta a realidade do século XXI:  da dimensão em que o fantasma do colonialismo ainda persiste e persegue os confins do terceiro mundo. Hoje, no planeta globalizado o domínio do colonizador está travestido de democracia  sob a bandeira obscura que trêmula em nome da liberdade.

https://www.youtube.com/watch?v=a2ziYG72pQQ&feature=share

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